terça-feira, 5 de julho de 2011

Editorial

É positiva a mudança de comportamento da população santamarense no que tange aos aspectos políticos. De uma hora para outra parte da população acordou e sentiu a necessidade de participação na vida política do seu município, cambaleante, carente de movimentos que lhe deem vida com prosperidade. Os estudantes sempre tiveram papel relevante na formulação política da cidade, com participação efetiva nos seus movimentos, com forte influência na tomada de decisões das autoridades que controlavam as suas ações. Assim, foi quando do primeiro processo emancipatório na década de 50,  as ruas  tomadas por eles, na defesa da manutenção da integridade territorial do município, embora, o desfecho final lhes tenha sido contrário. Mas, valeu. A classe estudantil mostrou o seu vigor e determinação em sempre estar em sintonia com os anseios coletivos e por isso era ouvida, porquanto, era participe em tudo que representasse interesse geral. Os estudantes do Centro Educacional Teodoro Sampaio, ditavam o comportamento que a juventude devia seguir, afinal, a discussão política era presente em todas as salas de aula e no seu Grêmio Estudantil João Dórea Gomes, e o interesse pelo conhecimento dos problemas nacionais era forte, onde se buscava compreender o capitalismo, o socialismo, o comunismo e demais ismos, porém contrário aos regimes ditatoriais. Discutia-se tudo: cinema, teatro, os avanços da engenharia, da medicina e das religiões, a participação boa no esporte e uma presença muito impor-tante na vida cultural. A cidade era movimentada pelos jovens estudantes que faziam intercâmbio com seus vizinhos quando do encerramento de um ano letivo culminado com a festa de formatura dos alunos normalistas, com as suas famosas excursões sempre supervisionadas por pais e mestres. Era uma ação integrada e isso fortalecia a convicção de que a unidade era necessária para que as conquistas fossem crescentes e tivessem influência na vida acadêmica e social da cidade. Mas, o estudante santamarense continua adormecido, não vê e não ouve os gritos de socorro partidos por parte de quem tem um forte compromisso com a sua terra e a sua gente, mas, desprovido da força da juventude para encetar novos embates. As sessões da Câmara de Vereadores estão bem concorridas, nelas, os assuntos maiores da cidade são discutidos, não importando o nível do debate, fraco, é verdade, mas com a esperança de que a classe estudantil, do Teodoro, do Pedro Lago, do Polivalente, do Luis Viana passe a vivenciar esses momentos e passe a contribuir com a sua força para fixar a necessidade do restabelecimento da sua importância na vida da cidade. Os partidos políticos, infelizmente, não enxergam ou não querem enxergar essa realidade, diga-se de passagem, triste. Então, onde reside o xis da questão? Na ausência do comprometimento com a vida de todos que habitam esse torrão que ainda respira do oxigênio deixado pelos seus antepassados e saboreiam da inteligência deixada nos livros e nas manifestações culturais, muitas das quais revitalizadas pelos seus próprios seguidores, a exemplo do Bembé do Mercado, que gritou liberdade, e restabeleceu a sua origem: o fim das Senzalas. 

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