segunda-feira, 11 de abril de 2011

Marco Valladares

Divagando entre azulejos, lagos, gudes e o tempo...

Os mais jovens talvez nem saibam, mas a Praça da Purificação é patrimônio tombado do município e, como tal, jamais poderia sofrer descaracterizações no seu estilo arquitetônico. No entanto, não é a primeira vez que a praça sofre com a presença de azulejos. Ela já teve um lago e (não é piada!) uma piscina pública, que felizmente ficaram apenas na lembrança de quem os presenciou.

Como já falei, gosto do novo recorte dos canteiros, que otimizou o espaço para uma população crescente, e da elevação dos seus contornos, transformados em local para sentar. Simpatizo, também, com os bancos de madeira no entorno do chafariz (e aproveito para louvar a idéia de sonorizar o espaço!). No entanto, continuo achando de extremo mau gosto os tais azulejos (ou como diriam jocosamente, os brancolejos e, principalmente, os vermelejos!).

No entanto, graças aos céus, parece-me que a estapafúrdia idéia de reintegrar lagos e piscinas à Praça da Purificação foi única e está devidamente enterrada. Até porque, se tem coisa que Santo Amaro não necessita, é de lagos artificiais construídos com o erário público. Lagos artificiais nós já temos aos litros, sabemos onde surgem historicamente a cada chuva e convivemos com os seus surgimentos há anos. Ou seja: não estou imputando culpa a este ou aquele alcaide. Ela pode ser repartida por todos!

Aterei-me mais atentamente a um lago artificial temporário específico, conhecido de longas datas por todos que circulam pela Avenida Ferreira Bandeira (a velha Estrada dos Carros). Como me disse um amigo, de quem resguardarei o nome por não ter solicitado a sua permissão para citá-lo: “um velho problema, do tempo em que eu ainda jogava gude”! A questão é que o menino que jogava gude, hoje é pai de família! “Tempo, tempo, tempo, tempo...”!

Este lago fica exatamente onde a rua Paulino Almeida de Andrade se transforma em afluente da Avenida Ferreira Bandeira. Digo afluente porque, quem já viu o que ocorre quando o volume de água que vem do alto do Polivalente desce a rua, sabe que ela se transforma em um rio que, inclusive, invade casas, haja vista que o asfalto diversas vezes re-encapado, acabou por ficar mais elevado que muitos meios-fios e calçadas.

Voltemos ao lago! Ao receber o afluente, a Ferreira Bandeira, nesse trecho, se transforma em um belíssimo lago, em função da depressão existente no piso. Lago que cobre calçadas e impede a circulação das pessoas. Apenas veículos conseguem passar.

Mas qual motivo me leva a falar desse lago específico? São vários. Um, de cunho pessoal (afinal, também tenho sardinha para por na brasa!): tenho pessoa da minha mais alta estima, portadora de deficiência, que fica, literalmente, ilhada, sem poder, ao menos, ir trabalhar!

O segundo, vem por conta de ser o lago localizado na entrada de uma rua onde existem uma clínica e uma escola estadual (sem contar os seus inúmeros moradores, obviamente! Mas morador toda rua tem!)

O terceiro, vem do fato da Secretária Municipal, Sra. Sandra, ter residido na Rua Paulino Almeida de Andrade e ter verificado, 'in loco', o que ocorre na rua e no encontro dela com a Estrada dos Carros. É fato que ela não mais reside no local, mas continua Secretária. E me perdoem os que acharem que estou falando de particularidades, mas falo por ser público e notório: é sogra do Prefeito!

O quarto, e que mais me chama a atenção neste momento, é o fato de dois representantes do Legislativo Municipal serem vítimas do referido lago e, até o presente momento (ao menos que eu saiba) nenhuma providência terem tomado para extinguir o surgimento do mesmo. Um, reside na área conhecida como 'Polivalente', o vereador Jair do Derba! O outro, tem comércio que fica exatamente onde o lago se forma: O vereador Cezar do Pão!

É justo que nenhum dos dois queira levar uma questão pessoal para ser tratada pelo Executivo Municipal. Porém o problema está muito longe de ser pessoal. É coletivo! E eles foram eleitos pela coletividade para representá-la!

Assim, fico eu a matutar: Será que a Secretária e os vereadores, sendo tão próximos do Sr. Prefeito, jamais levaram a questão ao seu conhecimento? Se assim for, 'pecam' por omissão. Ou será que levaram, mas não gozam de prestígio suficiente para serem atendidos em uma questão que atinge a centenas de cidadãos santamarenses? Se for esse o caso, o 'pecado' muda de mãos!

Seja lá como for, aqui está o alerta e o pedido: Por favor, corrijam o piso para que tal lago passe, assim como o que existia na Praça da Purificação, a ficar apenas na lembrança de quem o presenciou. Não esperemos ouvir o filho do amigo que citei dizendo ao meu filho: isso é do tempo em que meu pai jogava gude!

Ah! Se der tempo, verifiquem o que pode ser feito para que a água pare de invadir imóveis na descida do Polivalente!


Marco Valladares
Maluco por Santo Amaro

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